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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Entrevista com Rodriguinho

Rodriguinho ataca de produtor, baba pelos filhos e diz, sem medo: é vaidoso mesmo e se amarra que as meninas o achem bonito.

Por Tatiana Contreiras

Malhador compulsivo, vaidoso, pai de dois filhos e fã de bate-papos na Internet. A descrição poderia ser de qualquer menino, mas é de Rodriguinho, vocalista dos Travessos, que estamos falando. Aos 25 anos, ele está que é só orgulho: pelo filhinho caçula, Júnior, de 4 meses - que ele garante que ajuda a "balançar de um lado pro outro e fazer dormir"- e pela nova empreitada. Produtor do trabalho mais recente dos Travessos, o CD Dito e Feito, ele também se aventura no hip hop produzindo a banda do irmão mais novo, a Amsterdan.


Em dezembro, Os Travessos voltaram ao Rio para gravar um CD ao vivo e um DVD, previsto para chegar às lojas no mês que vem. O assédio das fãs, Rodriguinho diz, é ótimo. "Eu gosto e vou sentir falta quando não tiver mais isso", avisa. "Acho legal as meninas terem um ídolo e me acharem bonito", assume.

Por que você diz que esse CD é mais a cara de vocês?

Nós que produzimos, todas as idéias foram nossas. Então, é bem melhor do que os discos passados, pelo menos pra gente. Eu nunca tinha trabalhado com isso e já estou até produzindo outros discos. É muito bom imaginar o que o povo gostaria de te ouvir cantando. É um trabalho difícil, mas quando começou a fluir, a gente viu que não era tão complicado assim.

Como você se sente sabendo que muitas meninas cresceram ouvindo os Travessos?

A gente vê meninas do fã clube de São Paulo, por exemplo, que tinham 9, 10 anos e hoje têm 20, 21. Muitas meninas que iam aos nossos shows no início da carreira agora vão com filho no colo e marido do lado. A gente fala: "Meu Deus, não sei se a gente tá ficando velho". Mas é bom saber dessa fidelidade que nosso público tem com a gente.

Você é casado e pai de família. As fãs respeitam?

Muito! Inclusive enquanto minha mulher estava grávida, o que meu filho ganhou de presente das fãs não está escrito. Elas vinham com um presentinho para a Thaís, um para o neném e pra mim, que é bom, nada (risos). Acho que esse sim é o verdadeiro fã, que gosta do artista, gosta do que está acontecendo na vida do artista e respeita tudo isso.

E o que a paternidade mudou na sua vida?

Já tenho um filho, o Gabriel, de cinco anos. Só que, com o nascimento do Júnior, hoje eu me sinto até mais pai do Gabriel. Quando ele vinha ficar comigo, eu queria fazer tudo num fim de semana só, dar todos os presentes que eu não tinha dado, passear em todos os lugares que eu não tinha passeado. Então se tornava uma coisa meio turbulenta, corrida. Agora não, sei curtir muito mais. Ligo, converso, e, mesmo de longe, hoje acompanho muito mais a vida dele.

' De quatro anos para cá, não tem uma vez que eu vá em uma banca e não tenha uma revista em que eu seja capa. Aconteceu naturalmente. Quem não gosta de ser elogiado? Eu gosto muito disso '

Você é vaidoso com o cabelo, com o corpo... Isso é importante para o artista?

O trabalho dos Travessos sempre foi baseado em música. Mas acho que de uns quatro anos pra cá não tem uma vez que eu vá numa banca e não tenha uma revista em que eu seja capa, ou então no meio dos 'Gatos da TV', e nunca pedi para que isso acontecesse, aconteceu naturalmente. Quem não gosta de ser elogiado? Eu gosto muto disso.

' Não dá pra falar 'somos melhores amigos' porque não é verdade. E não tem esse negócio de 'família Travessos', isso não existe. A gente se gosta muito e se atura quando tem que se aturar. É profissionalismo '

Quais são seus cuidados?

Vou à academia duas vezes por dia: de manhã só para fazer a parte aeróbica, corro cinco quilômetros. E à noite, vou para fazer musculação. Estou nessa rotina há cinco meses e me arrependi de não ter feito isso antes. Mas cabeleireiro é toda semana, fazer sobrancelha é toda semana... (risos)

O que você sente quando cantam sua música e dizem que você é lindo?

É uma loucura, não dá para explicar. Eu não consigo nem cantar. Quando vejo que o povo está cantando muito, eu fico bem quieto. É uma sensação incrível.

Vocês têm fãs alucinadas. O que já aconteceu de mais engraçado?

Tanta gente conta essas historinhas de fã que entra em quarto de hotel que até soa como mentira. Mas eu tenho uma bem engraçada: uma menina uma vez me deu uma cesta bem grande, bonita, maravilhosa. Quando cheguei em casa, abri e tinha arroz, feijão, tipo uma cesta básica, e o telefone dela. Liguei e perguntei o que ela quis dizer. Ela falou que não quis dizer nada, que se mandasse um ursinho eu acharia normal e não ligaria. E até hoje conversamos e trocamos e- mails...

Relação com grupo é só profissional?

AMIZADE. Quem pensa que cair na estrada com banda é só moleza se engana. "Não dá para falar 'somos melhores amigos' porque não é verdade. E não tem esse negócio de 'família Travessos', isso não existe. Quando a gente chega em São Paulo, vai cada um pra sua casa. A gente se gosta muito e se atura quando tem que se aturar. Mas isso é profissionalismo, e o mais importante é que a gente se respeita muito", abre o verbo Rodriguinho, sobre os outros travessos, Fabinho, Edimilson, Chorão e Rodrigão.

CARREIRA. Novo trabalho de Rodriguinho como produtor, a dupla Amsterdan - formada pelo irmão Dan e a modelo e cantora Ester - abre os shows dos Travessos. "Estou apostando minha vida nesse trabalho. Estou até com um pouco de medo, porque o Daniel é da minha banda. Ele toca comigo, sempre olho pra trás e ele está ali... Agora vai ser difícil a gente se separar", diz Rodriguinho.

INTERNET. Se em algum bate-papo virtual alguém tentar te convencer de que é o Rodriguinho, talvez seja verdade. "Vira e mexe eu entro, mas ninguém acredita. Dizem 'ahn, então eu sou a Britney Spears'", conta ele, que já conheceu uma fã via chat de telefone celular: "Estava no Rio e comecei a conversar com uma vascaína. Dei o telefone do hotel, ela ligou e eu disse que era o Rodriguinho. Ela não acreditou e foi me ver. Chegou lá com a mãe, perguntando se era eu mesmo e se ela podia abrir os olhos!"



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